
A saúde mental nas empresas deixou de ser um tabu e passou a ser pauta estratégica e, agora, também é uma exigência normativa. Com a atualização da NR-1, que passa a reconhecer riscos psicossociais como parte das obrigações das empresas, o cenário corporativo é convidado a evoluir: mais do que evitar danos, é preciso promover bem-estar real e duradouro.
Neste novo contexto, a comunicação interna ganha protagonismo. É por meio dela que se constroem culturas organizacionais sólidas, canais abertos de escuta, e um ambiente mais humano e responsável. Para marcas modernas e com propósito, posicionar-se de forma ativa diante dessas transformações não é só coerente é necessário.
Neste artigo, exploramos como as empresas podem (e devem) transformar essa mudança em ação: com estratégia, empatia e branding genuíno.
A nova realidade corporativa e a saúde mental
A pandemia escancarou uma verdade que antes era negligenciada: a saúde mental é peça central para o bom funcionamento das equipes e para a sustentabilidade das empresas.
Ansiedade, depressão e burnout se tornaram termos comuns no vocabulário corporativo e, mais do que isso, passaram a impactar diretamente na produtividade e no clima organizacional.
Os dados de um relatório da Gallup indicam que colaboradores emocionalmente esgotados são 63% mais propensos a tirar licenças médicas e 2,6 vezes mais propensos a buscar um novo emprego.
É nesse cenário que a atualização da NR-1 2025 se torna urgente e relevante. Ao incluir os riscos psicossociais entre suas diretrizes, a norma reconhece que o bem-estar mental não é apenas uma escolha ética, mas também uma responsabilidade legal e estratégica das empresas.
Para marcas que querem se manter relevantes, entender essa nova realidade é o primeiro passo para construir ambientes de trabalho mais saudáveis e humanos.
A comunicação interna ganha relevância
Em tempos de transformações profundas no ambiente de trabalho, a comunicação interna deixou de ser apenas um canal de informação: ela se tornou uma ferramenta estratégica de cuidado, conexão e prevenção. Quando bem estruturada, ela ajuda a construir um ambiente seguro psicologicamente, em que as pessoas se sentem ouvidas, acolhidas e parte de algo maior.
Mais do que divulgar políticas ou procedimentos, a comunicação interna e saúde mental caminham juntas para promover uma escuta ativa, abrir espaço para o diálogo e fortalecer vínculos de confiança. Isso significa abordar temas sensíveis com empatia, estimular conversas sobre bem-estar e, principalmente, garantir coerência entre discurso e prática.
Esse movimento está diretamente ligado a uma cultura organizacional moderna, que valoriza o ser humano em sua totalidade — e não apenas como um recurso produtivo.
Marcas que investem em comunicação com propósito não apenas previnem riscos psicossociais, mas também fortalecem seu employer branding e seu compromisso com um futuro mais sustentável e humano.
Marcas que inspiram: posicionamento com propósito
Empresas que se antecipam às mudanças e adotam uma postura ativa diante de temas como saúde mental conquistam algo valioso: a confiança. Em um cenário onde propósito e coerência são critérios de escolha, tanto para consumidores quanto para talentos, mostrar sensibilidade e responsabilidade se torna uma vantagem competitiva.
Assumir compromissos reais com o bem-estar da equipe reforça a reputação da marca e fortalece sua imagem diante do mercado. É aqui que o employer branding e bem-estar se conectam de forma estratégica: ao cuidar genuinamente das pessoas, a empresa se torna mais atrativa, engajadora e alinhada às expectativas de uma sociedade que cobra posicionamento e transparência.
Mais do que comunicar campanhas institucionais, trata-se de criar uma cultura que inspire — de dentro para fora.
Marcas que lideram com empatia e consistência constroem ambientes onde as pessoas querem estar e permanecer. E isso, mais do que nunca, impacta diretamente nos resultados e na longevidade dos negócios.

O que as marcas devem fazer agora?
Diante da atualização da NR-1 e do crescimento das discussões sobre saúde mental nas empresas, é hora de transformar discurso em prática. A comunicação, tanto institucional quanto interna, deve ser usada como aliada estratégica para promover um ambiente de trabalho saudável e coerente com os valores da marca.
Veja algumas ações que as empresas podem adotar agora mesmo:
- Promover saúde emocional com conteúdos constantes sobre autocuidado, equilíbrio e apoio psicológico, usando campanhas internas e linguagem acessível.
- Reforçar a cultura e os valores positivos da empresa em cada ponto de contato, alinhando ações, treinamentos e comunicação visual com os princípios da organização.
- Criar canais de escuta ativa, em que os colaboradores possam compartilhar preocupações com segurança, e sentir que são realmente ouvidos.
- Treinar lideranças para reconhecer sinais de sofrimento emocional, agir com empatia e saber encaminhar situações sensíveis com responsabilidade.
Marcas que desejam crescer com relevância e impacto precisam cultivar relações humanas, consistentes e cuidadosas. E a comunicação é o ponto de partida para isso.
A saúde mental não é mais tabu. Tampouco é apenas uma tendência passageira. Hoje, ela é uma pauta regulatória com a atualização da NR-1 2025 e, acima de tudo, uma oportunidade real para marcas se posicionarem com empatia, responsabilidade e inovação.
Empresas que compreendem essa nova realidade e agem de forma genuína constroem ambientes mais saudáveis, fortalecem sua cultura e se tornam referência para talentos e consumidores. A comunicação, nesse contexto, deixa de ser apenas operacional e passa a ser uma ponte entre propósito e prática.
Na 2op, acreditamos que branding se constrói com atitude. E que marcas humanas (e incríveis), que cuidam das pessoas e da sua reputação com a mesma seriedade, têm tudo para liderar o presente e o futuro.